AMAN75-83
O tema é: Verdades

METODOLOGIA DA ESQUERDA PARA O DEBATE!

Por: NEY DE OLIVEIRA WASZAK CEL

Em: 30 de JULHO de 2022

Há algum tempo, observo os debates políticos, e de forma generalizada, constato que os debatedores voltados para o conservadorismo e defesa da família, isto é, os que defendem a direita, não sabem contrapor os esquerdistas que os confrontam.

É comum durante as exposições que os conservadores sejam interrompidos de forma a

serem obrigados a mudar de assunto ou até se perderem em discussões infrutíferas.

A técnica usada pela esquerda é exatamente esta e com o objetivo, não de contrapor, mas de desviar o assunto. Fala-se alto, acrescentam inverdades e normalmente o âncora não intervem para organizar e permitir aos espectadores entenderem as mensagens.

Tal procedimento é uma metodologia para dificultar ao debatedor conservador transmitir de forma clara o seu pensamento.

Voltemos ao passado para entender como a esquerda aprendeu tal procedimento e a que a direita não aprende a combater:

A Sociedade Fabiana é uma agremiação política socialista que se opõe à luta de classes, sendo fundada em Londres no dia 4 de janeiro de 1884.

O fabianismo acredita na gradual evolução da sociedade, através de reformas incipientes e de forma "evolucionista", que conduzam gradualmente ao socialismo, diferenciando-se do marxismo, que prega uma passagem revolucionária ao socialismo. Era inspirado nas ideias de Stuart Mill e sustentava que o bem-estar

da maioria exigia o intervencionismo da máquina estatal.

Para esses pensadores, essas produções foram “absorvidas” pelo sistema capitalista como forma de alienar os consumidores e, assim, aumentar a lucratividade.

A corrente marxista fundada exatamente no ano da morte de Marx (1883) com o intuito de promover as ideias do filósofo alemão, por meio do gradualismo.

A Sociedade Fabiana almejava condicionar" a sociedade, como disse a fabiana Margaret Cole, por meio de medidas socialistas disfarçadas. Ao atenuar e minimizar seus objetivos, a Sociedade Fabiana tinha o intuito de não incitar os inimigos do socialismo atuando no submundo da "esgotosfera" de forma silente, tornando-se menos combativos. Ao contrário dos revolucionários marxistas corriqueiros, os socialistas fabianos conheciam muito bem o funcionamento das políticas públicas britânicas.

A Escola de Frankfurt surgiu nos anos de 1920 na Alemanha como uma releitura do Marxismo, em que cientistas sociais se reuniram para discutir a respeito das estruturas sociais da época.

Os assuntos mais recentes e que têm dominado os estudos da Escola de Frankfurt são: as novas configurações da razão libertadora; a emancipação do ser humano pela arte e o prazer; a ciência e a técnica enquanto ideologia.

Está lançado o conceito do "Politicamente correto", onde se deve evitar determinadas palavras e ações, devemos nos alinhar com o pensamento de Karl Marx.

O período inicial de Frankfurt ocorreu entre os anos 1930 e 1968, quando intelectuais e filósofos se uniram para criar uma escola de pensamento que tinha como foco essencial a destruição da civilização Democrata Ocidental

Podemos observar, comparando com as ações da esquerda que estão neste caminho, e para tanto é necessário aprender a debater.

Como vencer um debate sem precisar ter razão – em 38 estratagemas, ou simplesmente Dialética Erística (relativa ao debate), é um importante, porém inconcluso, acréscimo do sistema filosófico de Arthur Schopenhauer, publicado póstumo por Julius Frauenstädt. Nele, Schopenhauer analisa os "principais esquemas argumentativos enganosos que os maus filósofos utilizam, com razoável sucesso, para persuadir o público de que 2 + 2 = 5", baseando-se, principalmente, nos Tópicos de Aristóteles. Mencione-se que, por dialética erística, termo que constitui o subtítulo do livro, Schopenhauer entende "a arte de discutir, mais precisamente a arte de discutir de modo a vencer, e isto per fas et per nefas (por meios lícitos ou ilícitos)".

Existem idiotas que acreditam que em 1990 com a queda da URSS. Vivemos no “império do livre mercado” sob a hegemonia de um “poder unipolar”, a maldita civilização judaico-cristã personificada na aliança EUA-Israel, contra a qual se levantam todos os amantes da liberdade: Vladimir Putin, Fidel Castro, Hugo Chávez, Mahmud Ahmadinejad, a Fraternidade Muçulmana, o Partido dos Trabalhadores, a Marcha das Vadias e o Grupo Gay da Bahia. (Olavo de Carvalho)

Dialética Erística.

O manuscrito quase acabado, encontrado sem título na casa de Schopenhauer (1788 1860), foi publicado em 1864 por Julius Frauenstädt com o Título “Eristische Dialektik: Die Kunst, Recht zu behalten”. A obra já foi publicada em português sob vários títulos, tais como “Dialética”, “Dialética Erística”, “A Arte de ter razão" e mais recentemente com “Como vencer um debate sem precisar ter razão – em 38 estratagemas” em nova tradução pela Montecristo Editora, que se tornou sucesso de vendas.

Vejamos os estratagemas:

1) Ampliação indevida ou Expansão.

Levar a afirmação do adversário para além de seu limite natural, interpretá-la da maneira mais genérica possível, tomá-la no sentido mais amplo possível e exagerá-la; inversamente, concentrar a própria afirmação no sentido mais limitado, no limite mais restrito possível; pois, quanto mais genérica se torna uma afirmação, a mais ataques ela fica exposta. O antídoto é a colocação exata dos puncti (Latim; pontos, terminação, fim) ou status controversiae (Latim; controvérsia, no caso, apontar a controvérsia, contradição)

2) Homonímia sutil.

“Usar a homonímia para tornar a afirmação apresentada extensiva também àquilo que, fora a identidade de nome, pouco ou nada tem em comum com a coisa de que se trata; depois refutar com ênfase esta afirmação e dar a impressão de ter refutado a primeira”.

3) Mudança de modo.

“A afirmação que foi apresentada em modo relativo ... é tomada como se tivesse sido apresentada em modo absoluto, universalmente ..., ou pelo menos é compreendida em um sentido totalmente diferente, e assim refutada com base neste segundo contexto.” Isto faz com que “o adversário, na realidade, fale de uma coisa distinta daquela que se havia colocado. Quando nos deixamos levar por este estratagema, cometemos, então, uma ignoratio elenchi (ignorância do contra-argumento).”

4) Pré-silogismos.

"Quando se quer fazer uma dedução, não se deve deixar que ela seja antevista, mas, em vez disso, fazer com que o adversário admita sem perceber as premissas uma por vez (...) do contrário, ele tentará toda espécie de argúcia (...) Devem-se apresentar as premissas dessas premissas e fazer pré-silogismos; fazer com que as premissas de vários desses pré-silogismos sejam aceitas de modo desordenado e confuso, ocultando, portanto, o próprio jogo até que tudo o que se necessita esteja admitido."

5) Uso intencional de premissas falsas chega-se a falsas verdades. Pode-se, para comprovar as próprias “proposições, fazer antes uso de proposições falsas, se o adversário não quiser aceitar as verdadeiras, seja porque percebe que delas a tese será deduzida como conseqüência imediata. Então adotaremos proposições que são falsas em si mesmas mas verdadeiras ad hominem (contra a pessoa) e argumentaremos ex concessis, (Conceder parte de razão à tese contrária) a partir do modo de pensar do adversário.”

6) Petição de princípio oculta. “Ocultamos uma petitio principii, ("petição de princípio"), ao postular o que desejamos provar:

1. usando um nome distinto ou ainda usando conceitos intercambiáveis;

2. fazendo com que se aceite de um modo geral aquilo que é controvertido num caso particular;

3. se, em contrapartida, duas coisas são consequências uma da outra, demonstraremos uma postulando a outra;

4. se precisamos demonstrar uma verdade geral e fazemos que se admitam todas as particulares (o contrário do número 2)”.

7) Perguntas em desordem. “Quando a disputa é conduzida de modo rigoroso e formal e queremos fazer com que nos entendam com perfeita clareza, então aquele que apresentou a afirmação e deve prová-la procede contra o adversário fazendo perguntas para concluir a verdade a partir das próprias concessões do adversário.” E: “Fazer de uma só vez muitas perguntas pormenorizadas, e assim ocultar o que, na realidade, queremos que seja admitido”.

8) Encolerizar o adversário.

“Provoca-se a cólera do adversário, para que, em sua fúria, ele não seja capaz de raciocinar corretamente e perceber sua própria vantagem.”

9) Perguntas em ordem alterada.

“Fazer as perguntas numa ordem distinta da exigida pela conclusão que dela pretendemos, com mudanças de todo gênero; assim, o adversário não conseguirá saber aonde queremos chegar e não poderá prevenir-se.”

10) Pista falsa.

“Se percebemos que o adversário, intencionalmente, responde pela negativa às perguntas cuja resposta afirmativa poderia confirmar nossas proposições, então devemos perguntar o contrário da proposição que queremos usar, como se quiséssemos que fosse aprovada, ou então, pelo menos, por as duas à escolha, de modo que não se perceba qual delas queremos afirmar.”

11) Salto indutivo.

Se o adversário já aceitar casos particulares, não “perguntar-lhe se admite também a verdade geral” derivada dos casos particulares; introduzi-la “como se estivesse estabelecida e aceita”.

12) Manipulação semântica.

Associar a um termo um conjunto de significados diferentes do original. Com isso, o termo já conterá, em si, a conclusão a que se quer chegar.

13) Alternativa forçada.

Apresentar ao adversário uma alternativa menos provável que sua própria.

14) Falsa proclamação de vitória.

Em lógica filosófica, non causae ut causae é uma falácia argumentativa da falsa proclamação de vitória. Segundo Arthur Schopenhauer é o uso de respostas tolas por parte do adversário aproveitando-se de sua timidez ou ingenuidade, tentando passar a falsa certeza de ter-se vencido o debate. Pode também ser executada na forma de castigar o oponente com muitas perguntas e, mesmo sem obter respostas favoráveis, ou mesmo mínimas respostas, proclamar-se o reconhecimento da tese apresentada. É também chamada fallacia non causae ut causae (tratar como prova o que não é prova).

15) Anulação do paradoxo.

Para triunfar, faz-se uma redução ad absurdum.

16) Várias modalidades do argumentum ad hominem.

Usar argumentos anteriormente defendidos pelo adversário para tentar refutar a tese presente.

17) Distinção de emergência.

Salvar-se “mediante alguma distinção sutil, na qual não havíamos pensado anteriormente, caso a questão admita algum tipo de dupla interpretação ou dois casos diferentes.”

18) Uso intencional da mutatio controversiae.

Estratagema que consiste em “interromper o debate a tempo” quando se está ameaçado de ser abatido, sair do debate “ou desviá-lo e levá-lo para outra questão”

19) Fuga do específico para o universal.

Por exemplo, “se temos de dizer por que uma determinada hipótese física não é crível, falaremos da incerteza geral do saber humano, ilustrando-a com toda sorte de exemplos.”

20) Uso da premissa falsa previamente aceita pelo adversário.

Trata-se de um uso da fallacia non causae ut causae.

21) Preferir o argumento sofístico.

No debate com um adversário, a escolha de um (simples) argumento do tipo ad hominem (contra a pessoa), pode ser mais eficaz do que tentar persuadir o adversário mediante longas explicações “sobre a verdadeira natureza das coisas”.

22) Falsa alegação de petitio principii.

Alegar que o adversário está fazendo uma petitio principii quando ele quer que admitamos algo que leve à formulação do problema.

23) Impelir o adversário ao exagero.

No calor do debate, levar o adversário a exagerar suas posições. Como o exagero costuma levar a contradições, podemos refutar essas contradições como se estivéssemos refutando o argumento original.

24) Falsa reductio ad absurdum (redução ao absurdo).

Tirar falsas conclusões absurdas dos argumentos do adversário. Com isso, refutam-se essas conclusões, fazendo tudo parecer uma reductio ad absurdum.

25) Falsa instância.

Usar um argumento que apenas parece contrário àquele que o adversário enunciou.

26) Retorsio argumenti.

Usar o argumento do adversário contra ele próprio, quando isso for possível.

27) Usar a raiva.

Quando o adversário fica irritado com algum argumento nosso, devemos insistir nesse ponto, porque provavelmente ali há uma inconsistência.

28) Argumento ad auditores.

Apresentar uma objeção falsa, mas cuja falsidade somente poderia ser percebida por um auditório capacitado no assunto em questão.

29) Desvio.

Mudar de assunto fingindo que ainda se está rebatendo a questão do adversário. Ou mesmo, de modo insolente, atacar o adversário pessoalmente.

30) Argumentum ad verecundiam.

Citar autoridades no assunto para refutar uma tese. Este estratagema funciona tanto melhor quanto menores forem os conhecimentos do adversário a respeito do que disse a autoridade invocada e quanto maior for a veneração dele diante de tal autoridade.

31) Incompetência irônica.

Fingir que não entendeu o que o adversário disse e declarar isso ironicamente. Nas circunstâncias certas, isso faz o adversário parecer um idiota que não sabe organizar o raciocínio ou que está simplesmente declarando algo patentemente falso.

32) Rótulo odioso.

Estratagema que visa reduzir uma afirmação do adversário “a uma categoria geralmente detestada”.

33) Negação da teoria na prática.

Aceitar os fundamentos de um argumento, mas negar que eles possam ser colocados em prática.

34) Resposta ao meneio de esquiva.

Estratagema que prevê não dar informação direta, mas esquivar-se com contra perguntas ou respostas indiretas.

35) Persuasão pela vontade.

Estratagema que funciona quando estão em jogo os interesses do adversário. Esse estratagema torna, nas poucas circunstâncias que funciona, todos os outros estratagemas supérfluos.

36) Discurso incompreensível.

“Desconcertar, aturdir o adversário com um caudal de palavras sem sentido. Isto baseia-se em que, ‘normalmente o homem, ao escutar apenas palavras, acredita que também deve haver nelas algo para pensar’ (Fausto)” (Veja, a esse respeito, por exemplo, as críticas de Alan Sokal contra o chamado Pós-modernismo.)

37) Tomar a prova pela tese.

Quando o adversário usa uma prova ruim para defender uma ideia válida, podemos nos aproveitar disso e provar que a ideia é inválida, a julgar pela refutação da tese apresentada. Um exemplo que Schopenhauer cita é o do argumento ontológico, como prova da existência de Deus.

38) Último estratagema: Ofensas pessoais.

Atacar o adversário pessoalmente, com grosseria e agressividade, quando o debate se mostra de todo perdido.

Consito ao leitor que observe nos debates e entrevistas, que a esquerda se utiliza muito bem destes argumentos e que o mediador ou âncora não impedem e nem o conservador, democrata, rebate a utilização destes argumentos explanados acima.

Para concluir e deixar que o leitor tenha suas conclusões, observem, em qualquer debate, o seguite:

1. O intelocutor de esquerda procura ocupar todo o tempo, se me permitem acrescento este 39 (trigéssimo oitavo) estratagema;

2. Este fala ao mesmo tempo que o outro;

3. Procura desacreditar nas afirmativas do conservador;

4. Deseja mostrar que sua afirmativa está correta, mesmo com base em premissas falsas.



OBSERVEM AS ENTREVISTA E DEBATES, TENDO EM MENTE ESTES ESTRATAGEMAS



Bibliografia:

Olavo de Carvalho.

Schopenhauer, Arthur. A arte de ter razão. Organizador: Franco Volpi. São Paulo: Martins Fontes, 2009. ISBN 978-85-7827-110-7

HORKHEIMER, Max & ADORNO, Theodor. A indústria cultural: o iluminismo como mistificação de massas.